População

É possível acompanhar o desenvolvimento da população dinamarquesa desde 1735.

O desenvolvimento da população tem sido cuidadosamente documentado desde 1735. Naquela época as estimativas eram baseadas em registros de nascimentos e órbitos, além de cálculos aproximados dos censos, surgerindo uma população em torno de 718.000 habitantes. Quando o primeiro censo oficial foi realizado, em 1769, o número havia crescido para cerca de 798.000.

A partir de 1840, a Dinamarca passou a realizar censos a cada cinco ou dez anos, proporcionando um acompanhamento regular do crescimento populacional. No entanto, em 1970, o sistema de censos tradicionalmente foi descontinuado e, desde então, o país adotou um sistema de registro de pessoa física, equivalente ao CPF, para calcular a população. Essa mudança permitiu um monitoramento mais preciso e contínuo das alterações demográficas. 

Em julho de 2024, a população de aproximada do país era de 5,97 milhões de pessoas, ilustrando a expansão significativa da população dinamarquesa ao longo de quase três séculos.

 

Crescimento Populacional

1735-1780
Nesse período as taxas de natalidade e mortalidade eram altas. A expectativa de vida estava em torno de 35-40 anos e a mortalidade infantil era de aproximadamente 20%. As taxas de mortalidade e fertilidade eram semelhantes, logo, a taxa de crescimento populacional era baixa, e em certos anos, chegou a ser negativa. Isto era típico de sociedade pré-industrial na qual o desenvolvimento da medicina ainda era muito rudimentar. A alta taxa de mortalidade registrada nesses anos era consequência, sobretudo, de epidemias típicas dos períodos de guerras. A título de exemplificação, sabe-se que a população dinamarquesa sofreu uma redução entre 25% a 30% como consequência da Guerra dos Trinta Anos e das Guerras entre Dinamarca e Suécia.

1780-1890
Esse período foi caracterizado por uma notável queda na taxa de mortalidade, enquanto a taxa de fertilidade continuou no mesmo nível dos períodos anteriores. Contudo, a queda na taxa de mortalidade nesse período não está necessariamente ligada a um progresso da medicina. Nesse período, a prática médica ainda era extremamente rudimentar, de forma que o principal progresso na área foi o desenvolvimento de vacinas contra varíola, introduzidas na Dinamarca a partir do século XIX. Dessa forma, a queda na mortalidade estava relacionada à melhoria dos alimentos, melhor compreensão das práticas de higiene e melhores condições de vida.

A partir de meados de 1850, iniciam-se as construções de sistemas de esgoto, quando baseados nas experiências britânicas, as autoridades perceberam que ausência de um sistema de resíduos era uma das causas de cólera. Em 1830, a taxa de mortalidade teve um novo aumento devido a uma séria epidemia de malária nas regiões da Zelândia e da Lolândia que durou até o começo do século XX.

A crescente taxa de fertilidade e a redução na taxa de mortalidade resultaram em um significativo aumento populacional. Nos anos 60 do século XIX, o crescimento da população era de 1,37% ao ano, o maior índice registrado na Dinamarca. Durante esse período, a emigração registrou forte aumento, principalmente para os Estados Unidos. Entre 1869 e 1914, 285.000 dinamarqueses emigraram, sendo os Estados Unidos o destino de 255.000 deles.

1890-1966
O declínio nas taxas de fertilidade registrado em 1890 foi resultado das mudanças nas circunstâncias familiares, particularmente para as mulheres, devido ao desenvolvimento da sociedade industrial. Nas sociedades agrícolas, existia a tradição de se ter uma grande quantidade de filhos porque estes eram vistos como uma fonte valiosa de mão-de-obra, fazendo tanto parte do trabalho familiar como da administração da fazenda.

A transição para sociedade industrializada, onde o trabalho passava a ser remunerado, fomentou uma distinção entre casa e local de trabalho, e a criança, por sua vez, não podia mais participar do trabalho familiar. Esse fator acabou por gerar uma séria dificuldade no que condiz à manutenção de uma família com extenso número de filhos, tanto do ponto de vista financeiro como prático. Assim, o tamanho médio da família foi lentamente se reduzindo durante os anos,.

Por volta de 1900, as mulheres tinham em média quatro filhos, ao passo que em meados de 1960 o número era de 1,7. Uma grande melhoria no estado de saúde populacional estendeu a expectativa média de vida de 52,9 anos para os homens e 56,2 para as mulheres, no período de 1901-1905, para 70.3 e 74.5, respectivamente, no período de 1961-1965.

Pós 1967
Os últimos 30 anos do século XX mostraram mudanças bruscas nas características demográficas da população dinamarquesa. 

A taxa de fertilidade caiu na Dinamarca entre 1981 a 1984 e chegou a 1,37 em 1983, o que tornou o crescimento populacional negativo. A partir de 1983 a taxa de fertilidade recomeçou a crescer e em 2008 chegou a 1,88. Mas em 2023 a taxa de fertilidade caiu para 1,49.
Especialistas investigam se são fatores ambientais ou biológicos que impedem os dinamarqueses de terem mais filhos, ou se é algo que a própria população escolhe. 

Esses declínios foram igualmente percebidos em países da Europa Ocidental, nos Estados Unidos, na Austrália e no Japão.

Mesmo assim, de acordo com a Agência Nacional de Estatísticas, a projeção populacional para 2070 é que a população dinamarquesa chegará a 6.218.396.

Quanto à migração, houve várias mudanças significativas nesse período. A migração entre a Dinamarca e países europeus que se assemelham a ela, tanto socialmente quanto economicamente, tem sido, durante esse período, a mais importante, e o número de imigrantes desses países na Dinamarca tem, mais ou menos, correspondido ao número de emigrantes. Por outro lado, houve um aumento de imigrantes de países de diferentes culturas, em particular provenientes da Turquia, Iugoslávia e Ásia, especialmente do Paquistão. Portanto, praticamente durante todo este período, a imigração foi maior que a emigração. Em 1999, cidadãos estrangeiros representavam 4,8% da população contra 2% em 1984. Mais da metade dos estrangeiros moram na área metropolitana, e mais de um quarto deles vem da Escandinávia ou de países da União Europeia.

Estrutura da Idade

As mudanças demográficas que ocorreram na Dinamarca nos últimos 200 anos alteraram a estrutura de idade da população. Em 1901, 34,3 % da população eram jovens abaixo de 18 anos de idade, enquanto apenas 6,6 % tinham acima de 65 anos. Em 2024, 19 % da população são jovens abaixo de 18 anos de idade, enquanto 21 % é representada por pessoas acima de 65 anos. Em 1901, 0,2 % da população tinha mais de 85 anos; em 2024 esse percentual atingiu 2 %